quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Regresso Historico

Historia das Relações Públicas na Bahia- Por Marcelo Chamusca/http://www.rp-bahia.com.br/rpemrevista/edicao21/emfoco.htm


O ensino das relações públicas
O primeiro curso de relações públicas da Bahia foi o da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), criado em 1986, no mesmo período em que foi fundada a universidade. Por imposição do MEC, a instituição deveria ter um curso na área de Comunicação Social. A escolha do curso de relações públicas, no entanto, não se deu de forma consciente e pela importância da atividade para a sociedade local, mas sob o argumento de ser o curso mais viável economicamente, dentre as habilitações da Comunicação Social, visto que os outros cursos dependeriam de uma estrutura laboratorial muito mais cara para as aulas práticas requeridas para a formação profissional dos alunos (SOUZA NETA; LOBO, 2004).

Sendo que, segundo Souza Neta e Lobo,
A ausência de laboratórios para o curso de Relações Públicas seria, então, “compensada” por meio de um convênio existente entre a UNEB e o Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (IRDEB), órgão também vinculado à administração estadual que, em tese, constituiria um campo de experimentação para os alunos, por meio da utilização de algumas de suas dependências, como ilhas de edição e estúdios de rádio (SOUZA NETA; LOBO, 2004, p. 5).
Ora, como suprir a carência laboratorial da área de relações públicas através de um convênio com uma emissora de rádio? Pela “solução” encontrada pelo corpo de professores encarregado da implantação do curso naquela época, percebe-se claramente a falta de conhecimento específico da área de relações públicas.
Mas, o maior equívoco da equipe de professores encarregada desta “difícil missão” ainda estava por vir, uma vez que precisariam justificar a escolha ao MEC e certamente não seria adequado dizer a verdade: que a escolha se deu por razões de viabilidade econômica, ou seja, porque para implementar o curso de relações públicas sairia muito mais barato para a instituição do que implementar qualquer outro curso da área de comunicação. Até porque, mesmo que os professores responsáveis pela implantação do curso quisessem ser honestos, argumentando em razão da verdade – como por sinal manda as premissas das relações públicas (coisa que certamente eles não sabiam) – este argumento muito provavelmente seria refutado pelo MEC, pois o curso de relações públicas não demanda uma estrutura laboratorial aquém dos outros cursos da área de comunicação. O que realmente acontece é que as pessoas não conhecem as competências e as atividades privativas atribuídas e exercidas pelos profissionais de relações públicas e, neste sentido, ignoram também a estrutura adequada para a instalação de um curso de qualidade.

O fato é que precisavam de um argumento e partiram, segundo Souza Neta e Lobo (2004), para uma pesquisa, tentando identificar uma demanda expressa para esta atividade no mercado local. Para isso, utilizaram como delimitação da área geográfica de atuação as empresas do Pólo Petroquímico de Camaçari, localizado na Região Metropolitana de Salvador. Contudo,
Talvez em razão da [...] reduzida absorção de mão-de-obra local, pelo fraco mercado consumidor regional, sem poder aquisitivo suficiente para consumir os novos produtos industrializados da região e da dependência dos investimentos do centro-sul do país para o escoamento da produção, a chamada filosofia de Relações Públicas não pôde ser detectada (SOUZA NETA; LOBO, 2004, p. 5).



Como o problema não foi resolvido através da pesquisa de mercado, em que se tentava detectar verdadeiramente uma demanda profissional para os egressos do curso escolhido pela instituição, a nova “solução” encontrada pela comissão de instalação do curso, segundo Souza Neta e Lobo, foi a seguinte:
A despeito do desconhecimento generalizado desse segmento industrial a respeito do que consistiria a atividade e a contribuição das Relações Públicas para os respectivos negócios empresariais, a pesquisa foi levada adiante, sendo reduzida à seguinte pergunta-filtro: “Você é a favor das Relações Públicas?” (SOUZA NETA; LOBO, 2004, p. 6).
Nas suas conclusões, Souza Neta e Lobo, observam que
Aprovar a implantação de um curso universitário com a implícita justificativa de que, dentre as opções levantadas, é a que menos despende valor econômico é uma prática grave, antiética e desabonadora do verdadeiro conceito de universidade (SOUZA NETA; LOBO, 2004, p. 7).
 Nestas condições, portanto, foi instituído o primeiro curso de relações públicas na Bahia, condições estas, nada favoráveis ao desenvolvimento da profissão no estado.
 Hoje, entretanto, duas décadas depois deste começo desfavorável, percebemos uma situação bem diferenciada, tanto no que diz respeito a oferta de cursos, quanto a diversidade de enfoques nas propostas pedagógicas destes cursos.


Talvez não seja redundante lembrarmos que o corpo docente dos cursos que nas décadas de 80 e 90 do século passado quase não contava com professores com formações específica, hoje já conta com mais de 50% dos seus quadros formados por professores com especialização ou mestrado na área.
Os cursos de Relações Públicas encontrados hoje na Bahia, por ordem cronológica, são: (1) Universidade do Estado da Bahia – UNEB (Salvador/BA); (2) Universidade Salvador – UNIFACs (Salvador/BA); (3) Unidade Bahiana de Ensino, Pesquisa e Extensão – Unibahia (Lauro de Freitas/BA); (4) Universidade Católica de Salvador – UCSal (Salvador/BA); (5) Faculdade de Tecnologia e Ciências – FTC ; (6) Faculdade Isaac Newton (Salvador/BA); e, (7) Faculdade Juvêncio Terra (Vitória da Conquista/BA).





 

Nenhum comentário:

Postar um comentário